quarta-feira, dezembro 26, 2007

Insensato. - 23.12.2007
Digo Araponga


Engraçado saber quanto
dois olhos podem ver
Engraçado é ver
quanto os olhos
não tem (têm) nada a ver

Direções e cores
Sabores, humores,
destinos,
caminhos...

Engraçado saber
o quanto se pode
sem poder

Engraçado dizer
tudo que vem
Sem Saber


engraçado Saber
e dizer no ato
qunado o sentir
é Insensato.






domingo, julho 08, 2007

Sabor da noite (8 de julho de 2006)
Ou Ode ao Pecado



– Ó Tempo senhor de tudo
dize-me que há daí a um segundo ... –

Nem bem suspira noite;
Lua no Céu, perdida, nem radia ...
radia nada em noite calma
tudo é ranço do cansaço me canso
quando ao fundo toca a trilha da vontade....

Hesito, mas... por quê não?
Que saber de sabor algum?
que sabor não é saber, é deleite:
não satisfaz a insaciável gula.

Passo ao caminho os passos
estrada traçada, caminho incerto
três traços, três passos
De lado a preguiça se espraia
de outro a vaidade se ensaia
enquanto a ira paga pra ver

O etílico aroma serpenteia o ar
no ritmo das luzes
os seguem os passos
os três traços, os três pecados
que procuram eles(?),
de onde, pra onde, aonde
vão seus olhos(?),
ávidos, havidos(?) de haver...
a ver (o que?)
tanto há, tanto a ver, tanto haver
havidos(?)
ou apenas ávidos?

– Ao fundo se trilha o ritmo
O que se quer o que se espera
não se sabe, o ócio não o deixa haver
irá quem sabe conseguir
quedes ver(?)
quis(?) quererá(?)
falta-lhe vontade, mas não só
lhe falta mais
teus olhos não seguem os passos
andam aos trôpegos
os lentos passos desanimam
se perdem em me fazem perder
ira e preguiça não se cruzam
um é ávido, o outro não é havido
quem há de haver?
deixa-se cega a calma
(A)tentar coitada, (A)tentar... –


Olhares se cruzam
Conhecem-se, re-conhecem-se
Quem são?
Contos os passos, me passo
mais chegam ou já haviam chegado
nem sei, já não sei
nem sabia, nem me importava saber
Que saber de sabor algum?
que sabor não é saber, é deleite:
deleite, insaciável deleite
inveja, comedidos passos
inveja, cometidos passos
inveja, provocado deleite (?)

Provocado deleite, atacada avareza
nem um nem outro
ávido, porem não havido
(des)passo, descompasso
dança sem ritmo
sem passo, sem par
des-com-par-sso

Dois passos se cruzam
e se põem a ter
o ritmo ainda embala
a outros apenas, a eles não mais
tocam outra trilha
deixam se levar
para onde ir (?)
que saber, não importa
outros desejos se saciam
é o fim da trilha,
recortes abertos, lembranças, vontades
cominho percorrido,
incerto(?) talvez...

Raia dia em fim de noite
outra trilha...
dois traços, pecados, atrás
três havidos...
quem ao lado?